Magia, Chuva e Gripe em Itaquera

Quarta-feira, dia 27 de março. O relógio do meu computador do trabalho marca 16:00. A hora não passa. A ida até a Neo Química será longa. Mesmo com um começo de gripe (que iria piorar bastante durante até o início do jogo), a ansiedade era gritante. Às 16:40 saio do trabalho rumo à Rodoviária de Santos para subir para a capital.

O ônibus parte por volta das 17:30. Uma hora e meia depois chego na Rodoviária de Jabaquara, com a gripe e febre tomando conta do meu corpo de forma e com a minha mente ligada pensando no horário e na escalação do Carille.

Começa então a peregrinação pelo metrô. Conceição, Saúde, Praça da Árvore, Santa Cruz, Ana Rosa, Paraiso, SÉ! O relógio marca 19:30 quando desço na estação Sé, que interliga a linha azul com a vermelha. Meu destino era Artur Alvim, estação recomendada para quem vai até o estádio corintiano e vai entrar pelor setor Oeste ou Sul. Meu ingresso era no setor Oeste e já estava atrasado.

Espero dois trens passarem mais cheios que saco de torcedor santista explicando que o Santos tem torcida pra caramba. No terceiro, eu entro. Nesse momento, só quero chegar na Arena e melhorar da febre e da tosse. Mas continuo pensando na escalação do Carille: Quem entra no lugar do Otero? E o Giuliano, joga?

Dom Pedro, Carrão, Luz, Tatuapé, ARTUR ALVIM!! Às 20:06 chego em Artur Alvim. Fico arrepiado. Será a febre que aumentou? Não, era a massa santista gritando e cantando pelas ruas molhadas pela garoa fina que cai em Sampa. Apresso o passo…..torcedores conversam…bebem….gargalham e entoam gritos sobre o maior time do mundo. É uma noite tipicamente alvinegra praiana em terras alvinegras rivais.

E às 20:15, chego à Neo Química Arena. Bela arena, moderna, bem construida. Demoro a entrar por causa da catraca. Mas ao entrar, com 3 minutos de jogo, fico entorpecido. A arena é belíssima e fica mais linda ainda com mais de 40 mil santistas empurrando o time. Time e torcida, uma coisa só. Uma simbiose perfeita, uma sinergia fantástica. Apenas no segundo tempo encontro meus amigos.

Sobre o jogo. Pobre Red Bull Bragantino, foi arrebatado por toda a atmosfera criada. Teve mais posse de bola, controlou as ações. Mas o Santos foi letal. Letal com Joaquim, Guilherme e Giuliano. 3 a 1 Santos. Depois de 3 anos tenebrosos, o Peixe está na final. O torcedor que chorou de tristeza no dia 06 de dezembro de 2023, chorou de alegria no dia 27 de março de 2024.

A volta foi dura. Toda a saga do metrô. Ao menos voltaria de carro com um amigo. Chego em casa às 01:00 com 38,1 graus de febre, com dor de cabeça, garganta e no corpo todo, parecendo que fui atropelado. Mas valeu a pena. Faria tudo novamente. Santos na final, depois de 8 anos.

E você o que pensa de tudo isso?

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