A Base salva?

Obs.: No final do texto tem o pós jogo – SFC 2×0 SEP

Por Levi S. V. Soares

A discussão em torno da base voltou a efervescência nos últimos meses na Vila Belmiro. Muitos torcedores do Santos colocam essa tradição santista em xeque, alegando que outros times conseguem ser campeões sem revelar um atleta sequer. Isso é um fato inegável, mas proponho a seguinte reflexão:

Clubes de futebol, tal qual pessoas, possuem uma identidade. Algo que é construído ao longo do tempo, que nos mostra a força do passado, determina o presente e abre um caminho para o futuro. No plano individual chamamos isto de personalidade. Creio que nenhum santista há de discordar que a história do Santos Futebol Clube é intimamente ligada as suas categorias de base.

Sendo este nosso passado, haveríamos como de uma hora para outra tornarmo-nos outro clube? Porque nossa história segue a mesma, para o bem e para o mal. Quis também o destino que a base socorresse o Santos no que provavelmente foi seu momento mais delicado na história, em 2002. Foi da base também que veio nossa terceira conquista da América, em 2011. Os mais velhos lembraram outros pontos mais longínquos de nossa gloriosa história.

Sou, nesse ponto, confesso, bastante determinista. Não podemos fugir ao que somos, ao que nascemos para ser. E o Santos nasceu para ser o time dos “Meninos da Vila”. Muitas vezes nos consola pensar nas possibilidades, e para isso não é raro esquecer de quem somos em favor de fantasias ou sonhos. “E se” dizem uns e outros, as vezes falando mais com desejo do que com o que enxergam na realidade.

O fato é que o torcedor santista tem duas características bem marcantes. A primeira delas é a exigência. Somos uma torcida acostumada a revelar grandes jogadores, como Araken Patusca, Del Vechio Pelé, Pepe, Zito, Clodoaldo, César Sampaio, Robinho, Diego, Neymar, Rodrygo… Paro a lista por aqui para não me estender demasiadamente, e peço ao leitor que releve qualquer esquecimento ou omissão.

Assim, nosso crivo de talento é elevadíssimo, o que muitas vezes se reflete em críticas duras aos meninos da vila. Por isso alguns argumentam que às vezes falta paciência, e isto eu não nego. Basta lembrar o hoje artilheiro do Brasil Gabigol, que sempre foi criticado mas também bancado pelo torcedor santista, mesmo numa carreira não tão vitoriosa. Chegamos, portanto, a segunda característica.

É a paixão pela base. O olho do torcedor santista brilha toda vez que sai na escalação uma prata da casa. Foi assim com Taílson, cuja convocação entre os 11 iniciais foi bastante comemorada e brindada com um belo gol na estreia. Pode ser um novo garoto de destaque? Só o futuro dirá.

O ponto é que o torcedor santista, dada essa paixão, se acostumou ao discurso de que a base resolve.

  • Falta técnica? Vamos a base.
  • Falta fôlego? Vamos a base.
  • Falta inteligência tática? Vamos a base.

Falta material humano? Adivinhem… É um daqueles estereótipos que existem para o bem e para o mal. A torcida do peixe incorporou a ideia de que a base é a panaceia para todos os males do time.

E isto é histórico. Em 2002, quando tudo culminava para uma luta contra o rebaixamento, o inesquecível Emerson Leão bancou a base e terminamos campeões num Brasileirão recheado de equipes fortes. Por estas e outras as vezes é difícil dissuadir o torcedor santista da máxima “a base resolve”.

Além disto, em 2017*, um censo revelou que o Santos contribuiu com 27 atletas de sua base para os elencos profissionais da Série A. 10 dos 20 times que disputam a competição tinham algum Menino da Vila. Por isso as vezes escutamos um certo ressentimento do torcedor quando um jovem talento de nossa base faz sucesso em outros times.

Por isto, nos entristecemos ao ver escândalos entre profissionais que recebem a importantíssima tarefa de cuidar dos Meninos da Vila. Por isto o torcedor perde a paciência quando surge uma safra ruim de jovens jogadores. Hoje, acredito, vivemos uma entressafra sem tantos talentos; mas que já nos rendeu num passado próximo a venda de Rodrygo que deu fôlego financeiro ao clube.

Isto é outro fato: a venda de jogadores é algo extremamente rentável para o Santos Futebol Clube.

A grande questão que coloco ao leitor é:

Vamos nos contentar em ser um mero centro produtor, ou desejamos, como disse uma vez o falecido presidente Laor: manter os artistas e vender o espetáculo?

Cabe a nós, torcedores, avaliarmos nossas crenças sobre a base, sobre como tratamos e cobramos os meninos da vila.

Por fim, uma pergunta não pode ficar sem resposta:

Quase sempre, na Vila Belmiro, a base salva!

Fonte: * https://interativos.globoesporte.globo.com/futebol/brasileirao-serie-a/especial/censo-dabase-2017

PÓS JOGO – SANTOS X PALMEIRAS

Salve Nação Santista!

Finalmente, mesmo desfalcado de algumas peças, nosso Glorioso conseguiu se impôr diante do, milionário, elenco do nosso rival alviverde.

Com uma atuação sólida e maiúscula, o alvinegro dominou, totalmente as ações da partida, ditando o ritmo de forma inteligente e madura. Com posse de bola e transições rápidas, o rival parecia tonto e ao mesmo tempo nocauteado ao longo do jogo.

No primeiro tempo, o time de Sampaoli fez o que o treinador gosta, muita intensidade e velocidade, marcação alta e ousadia, o que trouxe resultado em jogadas de profundidade e ocupação de espaço. Após cruzamento, Gustavo Henrique penetrou e fuzilou de cabeça as redes e, pouco depois, após rápida jogada, a bola apresentou-se para o chute de Pituca e rebote para um, ligadíssimo, Marinho concluir e colocar números finais ao primeiro tempo.

No segundo tempo, surpreendentemente, vimos, como raras vezes, o time do Sampaoli atuando de maneira cerebral, controlando o jogo e sem se expor, mesmo quando teve uma a mais, o resultado foi “zero” chance ao time rival.

Grande vitória e que nos mantem vivos na parte de cima da tabela, agora na vice liderança. Que esta nova maneira de atuar, amadureça e torne-se uma constante, afinal, futebol precisa de equilíbrio.

Para  fechar, e o Tailson? Mais uma boa atuação, provando que mesmo no caos implantado na base, temos alguns talentos para aproveitar.

FICHA TÉCNICA:

SANTOS 2 x 0 PALMEIRAS

Data: 9 de outubro de 2019, quarta-feira  –  21:30HS
Local: Estádio da Vila Belmiro, em Santos-SP
Árbitro: Flavio de Souza
Assistentes: Danilo Manis (Fifa) e Neuza Back (Fifa)
Público: 11.408 pagantes  — Renda: R$ 592.000,00
Cartões amarelos: Carlos Sanchez (SAN): Felipe Melo, Carlos Eduardo (PAL)
Cartão vermelho: Willian (PAL)
Gols:
SANTOS: Gustavo Henrique, aos 12 minutos do 1º Tempo, e Marinho, aos 17 minutos do 1º Tempo

SANTOS: Everson; Pará, Lucas Veríssimo, Gustavo Henrique e Jorge; Diego Pituca, Carlos Sánchez e Jean Mota; Marinho, Tailson (Lucas Venuto) e Eduardo Sasha – Técnico: Jorge Sampaoli

PALMEIRAS: Jailson; Marcos Rocha, Luan, Vitor Hugo e Diogo Barbosa; Felipe Melo, Bruno Henrique e Gustavo Scarpa (Zé Rafael); Dudu, Willian e Luiz Adriano (Carlos Eduardo) – Técnico: Mano Menezes

MELHORES MOMENTOS

 

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