PÓS JOGO SANTOS FC 1X0 BAHIA AO FINAL DO TEXTO
Texto de Tana Blaze.
Malgrado a evidência berrante das receitas brutas do Palmeiras em 2018 de 654 milhões de reais perfazerem o TRIPLO das do Santos de 218 milhões de reais, muitos santistas teimam em reduzir o alviverde à Crefisul e se entregam a uma série de ilusões, e pior do que isto, sempre às mesmas, correndo na roda sem sair do lugar, postulando como o clube deveria conseguir grandes patrocínios, aumentar o número de sócios, pagar as dívidas, segurar jogadores com endomarketing, transmitir jogos em canais particulares, faturar com um marketing agressivo, vender material esportivo a valores milionários.
Imaginam tudo, menos o mais prático, de que tudo que se deseja, sócios, marketing, patrocínios, costuma normalmente ser logrado com maior facilidade em torno de um estádio moderno de tamanho no mínimo médio e acessível à sua maior torcida, no caso do Santos, a do Planalto Paulistano. Uma casa para os sócios e simpatizantes, condizente com o tamanho da torcida.
Referências são os clubes que mais vencem campeonatos, atualmente o Palmeiras, com a Copa Brasil de 2015 e os Brasileirões de 2016 e 2018. Como alhures, o Palmeiras e o Flamengo exemplificam a forte correlação da dominância esportiva com a dominância financeira. Sendo que probabilidade de um clube ser dominante, não se definiria por valores absolutos de quaisquer receitas, mas pela GRANDEZA RELATIVA das receitas líquidas totais recorrentes em relação à(s) do(s) líder(es).
Conquistas por “underdogs” financeiros, como as do Guarani, Auxerre, Wolfsburg, Leicester City e eventualmente do Santos atual, continuarão a ocorrer em casos de conjunções felizes, mas serão sempre exceções.
Além do Palmeiras, os exemplos europeus mostram que com novos estádios, em complemento ao faturamento “match day” dos mesmos, explodem todas a demais receitas. Os novos estádios do Bayern e do Juventus contribuíram para a dominância nacional absoluta destes clubes, vencendo respectivamente 7 e 8 campeonatos seguidos. Na Califórnia, centro mundial da indústria digital e de entretenimento (Hollywood, Emmy, Grammy) está se construindo o SoFI-Stadium, a arena multiuso mais cara do mundo. Os Chargers, vão abandonar San Diego após 56 anos, para a 190 quilômetros de distância ocupar a nova arena com o rival LA Rams, passando a firmar como Los Angeles Chargers.
1-A SUPREMACIA FINANCEIRA DO SANTOS NOS ANOS 60
Nos anos 60 o Santos dispunha de um faturamento, cujo valor absoluto, mesmo atualizado, era modesto em relação ao atual, mas era RELATIVAMENTE gigante comparado ao dos rivais da época.
Dominância financeira que era sustentada pelos cachês das excursões anuais à Europa, onde jogava três vezes por semana, enquanto que a maioria dos rivais brasileiros mal tinha condições de pagar uma viagem ao aeroporto. O Santos não foi gigante porque tinha o Pelé, mas porque tinha condições financeiras de mantê-lo e contratar jogadores de outros clubes a polpudos salários para a época, como Carlos Alberto, Mauro, Gilmar, Rildo, Mengálvio, Calvet, Lima. A Vila Belmiro jamais foi fonte de riqueza do clube, foram os estádios e torneios europeus.
2-O DESGASTE DO MODELO SANTISTA E A ASCENSÃO FINANCEIRA DO CRUZEIRO E SÃO PAULO
O modelo financeiro do Santos se desgastava com o envelhecimento de seus craques, faltando dinheiro para a contratação de substitutos de alto nível, porque a partir de 1965 parte dos recursos eram gastos para as prestações anuais da compra desastrosa do Parque Balneário.
Ao mesmo tempo outros clubes trabalhavam para acabar com a dominância financeira do Santos. Foram fundamentais dois novos estádios, o MINEIRÃO construído pelo Estado de Minas Gerais e entregue em 1965 e o MORUMBI, entregue em duas etapas 1960 e 1970, combinados com jogadores que surgiram no Cruzeiro, Tostão, Dirceu e Piazza e mais tarde os contratados pelo São Paulo, como Gerson, Pedro Rocha e Toninho Guerreiro, para acabar com a supremacia do Santos, que cometia a insensatez de investir no Parque Balneário e jogar malas de dinheiro para fora do avião.
3-SUPREMACIA FINANCEIRA DO PALMEIRAS JÁ PREVISTA EM 2012 E O DESAFIO DO SANTOS
Foi há quase 7 anos, quando se iniciava a construção da arena do Palmeiras, clube que estava ainda na lona, que, alertado para o que viria a ser o abismo financeiro inevitável, recomendei no meu
artigo “Os riscos proibitivos de um estádio em Cubatão” publicado no Blog do Odir em 20/12/2012, obsoletar o multiuso parcial do Palmeiras por um multiuso total do Santos em SP (cobertura e piso retráteis). Era perfeitamente previsível que a supremacia financeira do Palmeiras decorrente do ALLIANZ ARENA poderia ser similar à do Santos nos anos sessenta. Alertei que o estádio do Corinthians era economicamente menos viável por não ser multiuso.
Passados sete anos, não deu outra. O Palmeiras devido ao seu estádio viu TODAS suas receitas explodirem e comparado com os rivais, joga doravante numa liga estratosférica. Em 2018 teve um superávit de 30 milhões de reais.
4-O RETROFIT DA VILA BELMIRO
Mesmo se a preços de ingressos baixos for possível encher o RETROFIT (difícil) e até mesmo amortizar 237 milhões de reais de investimentos (muito difícil), o desnível financeiro para o Palmeiras não seria diminuído de forma significante.
O Palmeiras no Metrô de SP com 40.000 lugares baterá facilmente uma VB retrofitada, com apenas metade da capacidade, com ingressos a preços mais baixos, num local onde não há trilhos, não há espaço para estacionar, e ao qual um santista de Itanhaém levaria horas para chegar pelos transportes públicos. Sem falar do potencial menor de shows, para os quais se pagam ingressos a valores múltiplos dos cobrados pelo futebol. Finalmente compara-se muito os tamanhos da torcida santista da Baixada com a do Planalto, esquecendo-se de considerar que as torcidas adversárias contribuem para lotar o estádio, também chegariam mais facilmente a um estádio em SP.
5-O PACAEMBU
O Pacaembu sempre foi bom para se jogar, mas na minha opinião, nunca foi solução para qualquer tipo de investimento ou engajamento a prazo, como postulada por um ou dois dos candidatos à presidência em 2017. Após a recente concessão a investidores por 35 anos, com 26.000 lugares, serviria para atender apenas parte da torcida do Santos. Embora pouco se possa dizer antes que as condições sejam conhecidas, dificilmente possibilitará ao Santos reduzir níveis satisfatórios a diferença de receitas com o Palmeiras, que segundo a Folha de São Paulo, obteve uma receita LÍQUIDA do Allianz em três anos de 122 milhões de reais, ou seja, 40 milhões de reais por ano, sem estarem incluídas neste valor as receitas líquidas da Libertadores e sem considerar que no futuro receberá porcentagens crescentes dos shows. (“Em briga por estádio, Palmeiras e WTorre dividem lucro de R$ 280 mi” Folha 28.01.2018).
Pesam contra o Pacaembu o número limitado de lugares, a falta de cobertura, que não é prevista, a impossibilidade física de expansão nas laterais, a pressão na Justiça a cada decibel por parte da vizinhança e o tombamento que impede reformas substanciais, o que o inferioriza em relação ao Allianz e que forçará os investidores a cobrar uma taxa alta por jogo ao Santos. Além do mais, o Santos não participaria das receitas de qualquer evento.
Se o Santos em 17 jogos do Paulistão, campeonatos brasileiros e sul-americanos (cerca de 50% dos de mando) auferisse uma receita líquida MÉDIA (após taxa dos investidores) de 500.000 reais por jogo, o que para 26.000 lugares seria razoável, teria obtido 8,5 milhões reais ao ano, uma fração do que fatura o Palmeiras em sua Arena. O Palmeiras se tornará proprietário único do Allianz em 2044, enquanto que em 2054 ao fim do contrato, os investidores do Pacaembu cederão à Prefeitura o estádio e os investimentos por eles feitos. E o Santos, caso subcontratado, não obterá um pingo de patrimônio.
6- A PRIORIDADE DO SANTOS
Muitos santistas parecem não ter percebido o que mudou no rastro da construção de estádios para a Copa e de dois particulares fora da Copa em 2014 e continuam achando que a grandeza e localização do estádio de mando não será determinante, só porque no passado o clube jamais teve bilheteria significante na Vila Belmiro, e que bastaria um retrofit lotado a preços baixos como papel de parede para transmissões.
Mas o Santos não poderá planejar reduzir ou fechar o desnível de receitas com o Palmeiras e Flamengo com transmissões televisivas ou digitais, porque os dois líderes beneficiarão da mesma forma, ou até mais das mesmas.
Hoje, a prioridade do Santos deveria ser reduzir o desnível de receitas líquidas com as do Palmeiras-Allianz e do Flamengo-Globo-Maracanã e de outros clubes em ascensão. Fora o prioritário CT para a base, o Santos não terá alternativa senão investir num estádio em SP, necessário para levantar o potencial financeiro de seus milhões de torcedores, com raio de captação ampliado por rodovias, trens, metrôs, avenidas, marginais, rodoanel e aeroportos. Deverá fazê-lo num terreno que permita uma ampliação da capacidade numa etapa futura, bastando numa primeira etapa uma capacidade por volta de 35.000-40.000. Se pretender ascender ao grupo seleto dos clubes dominantes e obsoletar o Allianz, que faça um multiuso total (teto e gramado retráteis), o do Schalke para 54.000 (só assentos) a 62.000 (com gerais) espectadores custou 191 milhões de euros, ou que dimensione o projeto de forma a permitir acrescentar no futuro os elementos multiuso, sem ter que demolir. Somente um multiuso, no qual outros eventos ajudam a amortizar o investimento e pagar a manutenção anual, permitirá o Santos a arcar com o seu ônus único, que é ter que jogar em duas cidades e evitará que tenha que jogar em grama sintética, o que vem sendo discutido novamente pelo Palmeiras.
7-CONDENADO PELAS LIDERANÇAS A CLUBE MÉDIO
Caberia então ao Santos decidir se a) desafia e até mesmo supera o Palmeiras com um multiuso verdadeiro (teto e campo retráteis), entrando no grupo grupo seleto dos clubes dominantes, b) se atende a torcida em SP um estádio comum, quedando talvez inferiorizado financeiramente ao Palmeiras, c) se comodamente aceita um contrato com o Pacaembu com receitas líquidas modestas e sem acrescentar nada ao seu patrimônio ou d) se opta pelo Retrofit e vira clube local, perdendo gradativamente a sua maior torcida no planalto.
Face às lideranças santistas, infelizmente considero qualquer investimento em SP improvável. Nenhum candidato à presidência em 2017 sequer ousou falar de estádio novo em SP, seja por falta de visão, seja por recear o voto do “o Santos é de Santos”. O clube na maioria dos casos só tem reagido passivamente a ofertas de investidores e agiotas, seja a DIS, alguém que quer tirar o seu terreno da zona de proteção ambiental de Cubatão, a Doyen, um varejista francês que deseja obter um terreno. Não vislumbro nas lideranças santistas qualquer capacitação para soberanamente forjar projetos de punho próprio e ninguém que esteja disposto para tocar a agenda estratégica necessária. Não enxergo entre os atuais líderes do Santos, nenhuma personalidade que possa virar a mesa. Vejo pouca vontade no dia a dia em impor nem mesmo interesses elementares e caros ao clube, como a disciplina orçamentária e o estabelecimento do voto à distância.
Em consequência não há perspectiva nenhuma em futuro próximo de diminuição do desnível avassalador de receitas que separa o Santos atualmente do Palmeiras e do Flamengo e certamente também de outros clubes, o que o condena a clube médio, destino quase selado.
O Santos parado no passado não escapará ao primado financeiro e arrisca ser ultrapassado pela caravana. Pelo São Paulo, quando este fizer seu multiuso, pelo Grêmio, Athletico Paranaense, Bahia, Ceará, Fortaleza e Atlético Mineiro. Até mesmo por um clube-exceção, que poderá compensar a falta inicial de receitas e de torcida com uma administração acima da média: o Bragantino.
É legítimo um torcedor por amor à cidade almejar o Retrofit ou um contrato com o Pacaembu, mas considero impossível que nestes casos o Santos reduza de forma significante o “gap” financeiro que o separa dos líderes a ponto de voltar a integrar o grupo dos clubes dominantes.
SANTOS FC VENCE O BAHIA E SE MANTÉM NO TERCEIRO LUGAR
O Santos venceu o Bahia por 1 a 0 na noite desta quinta-feira, na Vila Belmiro, pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro, com um gol de pênalti de Carlos Sánchez. Antes, o Peixe teve gol anulado de Sasha, e o Tricolor, que chegou a empatar com golaço de Juninho, também. No geral, os donos da casa foram superiores, mas o time visitante jogou de igual para igual e deu trabalho.
Com a vitória, o Santos foi a 55 pontos e manteve a terceira colocação, agora a seis pontos do São Paulo, que tinha encostado na rodada passada.
O Santos volta a campo pelo Brasileirão no domingo, às 19h, pela 30ª rodada jogando novamente na Vila Belmiro, dessa vez contra o Botafogo.
Primeiro Tempo
O Bahia começou melhor o primeiro tempo na Vila Belmiro, e Gilberto obrigou Everson a fazer grande defesa. Aos poucos, o Santos passou a dominar o jogo, mas sem grande intensidade. Sasha chegou a marcar um gol, num lance confuso em escanteio, mas o atacante estava impedido, e o VAR viu. O 0 a 0 se manteve até o intervalo.
Segundo Tempo
Na etapa final, o Santos voltou melhor e logo aos oito minutos conseguiu abriu o placar, em gol marcado por Carlos Sánchez, de pênalti. Depois de perder algumas chances de ampliar, o Peixe viu o Bahia empatar com golaço de Juninho, mas o VAR analisou o lance e invalidou o gol. Sorte do Santos, que conseguiu segurar a vitória.
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