Existe esquema sem tática?

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Amigos Santistas,

Infelizmente esquema em futebol não se resume a tática de jogo apenas, e através deste post, queremos convidá-los a uma reflexão sobre este tema.

Em tese toda teoria parece perfeita, mas a prática mostra que nem tudo dá certo conforme planejado.

Aqui no país, por exemplo, somos um povo que se acostumou a tolerar a hipocrisia em todos os segmentos da sociedade. Um povo que se acostumou a aceitar aquele famoso ‘não é bem assim…’ manjado de sempre, como desculpa pela quebra da palavra empenhada.

Pessoalmente acho que soluções brotam “do querer fazer bem” acima de tudo, e nesse contexto, pouco importam regras ou teorias.

Trazendo para a realidade do nosso clube, quero que estejam no comando pessoas bem intencionadas acima de tudo, pessoas que se identifiquem com a causa e coloquem o clube acima de interesses pessoais.

Mas isso é quase um sonho ou utopia, pois, como não há jeito de comprovar antecipadamente que qualquer pretenso candidato possui esse importante predicado, ficaremos sempre na dependência da sorte ou, o que é pior, à mercê de falsas promessas e de falsos profetas.

Essa máxima persistirá enquanto existir o famoso “esquemão”, tão comum no futebol profissional brasileiro.

E onde podemos ver esse “esquemão” em prática:

  • Na base dos clubes, onde menino que não tem empresário é preterido em favor de outro menino que tem;
  • Na escolha de atletas, onde atleta que não paga pau para técnico não é escalado;
  • Na arbitragem, onde o favorecido é e sempre será o time do patrão;
  • Na cúpula diretiva dos clubes e das federações – sob a anuência da CBF – onde clube que não reza na cartilha ‘oficial’ fica de stand-by;
  • Na eleição dos clubes, onde invariavelmente vence aquele candidato que faz parte da cúpula que se alterna no poder de tempos em tempos;
  • Na compra e venda de atletas, onde quem não é da panelinha não forma;
  • Na negociação dos direitos de imagem, onde o poder econômico do dono das transmissões é preponderante, por determinar qual agremiação será agraciada com as melhoras cotas.

Infelizmente para sobreviver nesse mundo do “esquemão” não adianta nada ser uma doce freirinha a pregar o catecismo no prostíbulo. Além da honestidade, o dirigente deve ser um estrategista e um mestre neste jogo de xadrez para dar o “check mate” na hora certa.

Enquanto vemos que o nosso Santos precisa de um verdadeiro “enxadrista”, mal aparecem pessoas que sabem pegar em uma enxada.

E você santista, o que pensa sobre tudo isso?

*Colaborou Reginaldo Perna