Reflexões sobre o processo de contratação do SFC

A ideia desse texto é refletir sobre o depto de futebol e procedimentos ou processos de contratação da atual gestão, com ênfase em 2022.

Antes de tudo, gosto de fazer os eventuais “disclaimers” ou as minhas limitações e posições. Não sou jornalista e as opiniões se baseiam precipuamente no que se torna público do Santos. Minha opinião se pretende de um torcedor que adora acompanhar o Santos (com regularidade, afeto e uma tentativa de atenção grande)

Além disso, não tenho como propósito queimar e detonar jogadores, falar que X ou Y são uns “mer…”. Entendo que estamos falando de pessoas, com família, contas para pagar e que, por motivos conjunturais (momento) ou estruturais (capacidade técnica e tática por exemplo), podem não se encaixar bem no Santos.

Além disso alguns podem se recuperar, eles não apontaram uma arma para serem trazidos e, como são ativos do Santos, quero que o time consiga as melhores condições de venda ou empréstimo para os que não se encaixam no Santos.

Isso não quer dizer que não vou expressar defeitos. Claro que no calor dos jogos eu xingo. Mas aqui não quero ofender, em resumo.

Ah, e por fim, todos sabem que eu acho que o Santos está no caminho correto em geral e que alguns erros são parte dessa mudança, notadamente em 2021. São erros honestos. Mas há erros importantes sim que o Santos não poderia ou mesmo deveria mais cometer.

Vamos para o ano de 2021, começo da gestão.

Clube em caos de fluxo de caixa, TRANSFER BAN, jogadores irritados com atrasos….

A gestão que entra, até por um motivo de custos acho eu, decide demitir o então diretor de futebol, Ximenes, que de fato estava no clube há pouco tempo. As informações que saíram dão conta de um distanciamento do Ximenes com a comissão técnica e os jogadores, bem como a intenção da nova diretoria em reformar a forma de trabalhar do departamento. Na mídia mais especializada do Santos havia muito mais desaprovação do que aprovação com o nome, a meu ver.

O ponto não é a demissão em si, mas a resposta: decide-se deixar o comando do futebol mais ligado a um membro do CG na época e não se altera substancialmente o resto da estrutura. À época eu mesmo entendi que podia ser algo bom, confesso, mas o tempo mostrou que isso foi um primeiro erro. Muitos analistas criticaram esse movimento (não o Quaresma, mas a falta de um profissional dedicado)

O tempo mostrou que futebol precisa de presença constante, uma linguagem própria e uma dedicação profissional. São muitos os problemas e decisões diárias. São muitas as pressões. Acho que, se tivéssemos desde o começo um diretor profissional todo dia dentro do clube, esse indivíduo poderia e deveria ter feito um diagnóstico mais rápido da estrutura do depto e começado a mexer. Inclusive a projeção, pelo depto, da contratação de jogadores em função de carências claramente identificáveis se a situação do Santos saísse do abismo. Perdeu-se um tempo.

Mas reitero, eu à época, muito identificado com a necessidade de custos, defendi a medida (ao contrário da maioria dos integrantes do BSS). Por outro lado, sempre coloco em perspectiva: o mundo estava desabando para o Santos. Eram muitas as tarefas que deveriam ser tocadas simultaneamente e havia um diagnóstico da necessidade urgente de se cortar custos.

Talvez esse mesmo argumento sirva para demonstrar a necessidade de um bom profissional totalmente dedicado ao depto para dar tranquilidade e gastar de forma mais precisa com o futebol. De fato, pode ter havido uma confiança exagerada à época da então nova gestão de que eles conseguiriam tocar o futebol mais diretamente. Mas o futebol mostrou que tem suas linguagens e códigos.

Salvo engano, o então coordenador da base Jorge Andrade assumiu um papel de maior relevo, mas não como “O Empoderado” para responder pelo depto.

Fato é que por motivos alheios à vontade das pessoas do CG, o espelho do CG que iria olhar o futebol teve problemas pessoais e teve que se ausentar do clube. Isso tudo somado a zona do momento me parece que atrasou a necessidade de se diagnosticar o que se precisava e as pessoas que estavam no depto de futebol, as insatisfações, jogadores…

No final de 21 e começo de 22, por exemplo, veio à tona que os profissionais do departamento de inteligência sairiam do clube. Talvez isso pudesse ter sido percebido antes, perdeu-se tempo novamente.

Veio a tragédia do campeonato paulista de 2021 com as necessárias vendas de jogadores e a impossibilidade de se contratar jogadores. Como resposta ao longo do Brasileiro e após o fim do transfer ban (não lembro mais precisamente a ordem dos acontecimentos) o Santos vem com uma política de contratação de jogadores baratos e com pouco espaço nos seus clubes, somada ao desligamento do membro do CG.

O que passaria também a chamar a atenção seria a aprovação de cada jogador pelo CG, o CG opinando nome por nome para aprovar a contratação. Talvez o melhor seja ter um orçamento e o depto de futebol com o Presidente a aprovar.

Nesse situação de 21, antes e durante o Brasileiro, chegaram jogadores pouco conhecidos no Brasil que jogavam no exterior e jogadores de times brasileiros que não estavam sendo aproveitados. Um pouco mais adiante, a contratação de um homem do futebol, o Mazuco (hoje no Botafogo).

O resultado de tudo isso foi um time instável no Brasileiro e que em determinado momento chegou a causar muito receio de que cairia. A impressão que se tinha é que a unidade de inteligência do Santos não era tão ouvida nas contratações, não havia muito método para se contratar ou mesmo que não se conseguiu apontar bons jogadores que coubessem no fluxo do caixa do Santos (que estava de fato muito limitado e dificultava muito qualquer trabalho).

Aconteceu muita coisa em 21 (talvez começo de 22)!! No final ainda haveria a contratação do Dracena e a demissão de parte da equipe de futebol que já estava em 2020 como o gerente de futebol. Novamente, parte da crítica com foco no Santos já chamava a atenção para a necessidade de se modificar o departamento de futebol. Haveria nomes mais condizentes, com mais resultados comprovados. Isso teve e sempre terá impacto na seleção e contratação de jogadores.

Agora, novamente, meu ponto é menos em 21 e mais em 22. 21 foi uma operação de salvamento no Santos. Repito, salvamento! Era natural ter erros, muitos problemas acontecendo.

Sei também que houve uma sucessão de técnicos que têm sua parcela de culpa. Mas o que penso é que, por uma mistura de compreensível dificuldade (21 estava o caos, notadamente no 1º semestre) e um erro na necessária reconstrução do departamento de futebol, contratamos mal. Contratamos um número razoável de jogadores, todos baratos, mas poucos que efetivamente poderiam auxiliar o time. Camacho e Marcos Guilherme, cada um a seu jeito, foram os efetivamente utilizados pelo que me lembro. Ah, teve o Tardelli, importante sim. Talvez a melhor contratação para o momento.

As contratações foram ruins ou regulares em geral, algumas nem jogaram, mas novamente acho compreensível dado o caos.

Porém 22 deveria ser outra história. O caos absoluto tinha passado. Entramos 22 com um diretor de futebol “entrado” no final de 21, Edu Dracena, com a saída de alguns nomes tipo Jorge Andrade e a entrada de um novo gerente. Ainda, com um técnico que nos livrou do rebaixamento, Carille.

Técnico esse que claramente não era opção do Edu Dracena e mesmo assim foi mantido. Técnico esse que pediu contratações de jogadores que claramente pareciam caros, em declínio e não aprovados pelo depto de inteligência. Se havia o diagnóstico de que seria melhor trocar o Carille, e isso foi confirmado com sua posterior demissão logo depois, não errou a diretoria em não apoiar mais incisivamente o Edu Dracena? 21 para 22 propiciou um tempo para respirar, refletir, raciocinar. Perdeu-se tempo.

Contratou-se para o Paulista 22 jogadores de pouco destaque (mas tivemos a boa subida de jogadores da copinha), exceção feita ao Goulart, com um depto de inteligência em transição. Acho que o time foi pior do que deveria no paulista dado o plantel, mas talvez isso pudesse ser evitado com a presença de um cara como Rodrigo por exemplo. A necessidade de um 05 gritava por si.

Entra então um novo cara para o depto de futebol, o reconhecido Caio Nascimento, e o técnico Bustos.

Imaginou-se então que a partir daquele momento seria assim: técnico e depto de futebol identificam as necessidades de jogadores, scouts apresentam nomes e o depto de futebol vai atrás dos nomes. O tal processo de contratação.

Acontece que houve de tudo; técnico trazendo nomes de sua rede, diretor de futebol trazendo nomes de sua rede. Parece que havia muitos focos e modos de prospecção, não algo mais uniforme.

Me parece que os equatorianos vieram pela força do Bustos, não obstante o OK da inteligência. Acho até natural um nome de sua confiança, mas isso tem que ser com muita parcimônia.

Contratamos, por exemplo, um centroavante estrangeiro, que não estava em momento de alta, não muito barato, sendo que temos um excepcional titular, temos ainda o Goulart que pode jogar lá e o Rwan que estava pedindo passagem. Será que não era melhor contratar um outro meia? Contratamos um meia atacante bom de recomposição, mas não ganhamos agressividade nas pontas, alguém capaz de quebrar linhas com passes ou dribles.

Contratamos um lateral direito aparentemente da rede de relação ou por indicação predominante do Diretor de futebol que o técnico pouca utiliza, posição para a qual já havia um diagnóstico da necessidade de alguém com um poder razoável de marcação, bem como que ajudasse na construção de jogadas e passes pelo ataque.

Contratou-se um volante com características de marcação mais firme, mas com pouca capacidade de construção de jogo. Aparentemente apoiado pelo Bustos. Ora, você chegando no clube, precisando de um jogador que não tem, tendo que ficar numa boa, vai recusar todos os nomes que lhe são indicados?

Em quem realmente acertamos em cheio? No Rodrigo, indicado pelo scout, o que parece ter sido contratado no padrão de processos esperado. No Maicon, nome mais consagrado, com peso. As vezes nomes com suposto mais risco rendem, o ponto é minimizar isso.

Em suma, meu ponto é menos jogador e mais o tal processo, forma de se chegar a contratação. Resolvidas as pendências mais imediatas (está claro que o Santos ainda está com o caixa muito comprometido, tem limites para gastar), está na hora de termos de forma definitiva o depto de inteligência e scout totalmente estruturados, o técnico que em conjunto com o depto aponte as necessidades e as mande para a inteligência.

A inteligência que identifique e sugira nomes e uma direção de depto que negocie e filtre os nomes, sabedor do orçamento do clube, ou mesmo que os identifique, sem apenas aparentemente se concentrar na rede de relação mais próxima.

Acho que não cabe a membro de CG aprovar jogador individualmente. O perfil dos atuais membros, com todo o respeito, não parece ser de gente que conheça, em detalhes, bola e boleiros. Nem se deveria esperar isso, frisa-se.

Espero que daqui para adiante sempre tenhamos processos e que, se falta algum nome para o depto de futebol, se contrate dentro do orçamento.

Para fins de clareza: houve erros mas para mim não há o menor indicio de sacanagem nas contratações. Esses erros, a partir de agora, não teriam mais razão de acontecer. Claro que contratar jogador não é ciência exata. Claro que alguns não vingarão mesmo com os tais processos. Mas se pode minimizar isso.

Colaborou: Ramom Rotta (@Ramomrotta)

E você, o que pensa de tudo isso?
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