Enxurrada de dinheiro na Vila Belmiro – Autores: Paulo e Guilherme Schiff

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Amigos e colegas que nos honram com sua sempre bem-vinda presença ao blog, boa noite!

Seguindo nosso propósito que é o de emitir nossas opiniões e de dar voz àqueles que desejam fazer deste espaço um mural de apresentação e discussão de todo e qualquer assunto que tenha como centro o Santos FC, publicamos hoje um texto de autoria de dois santistas de primeira linha que dedicaram ao clube em um passado recente, parte do seu cotidiano.

Permito-me registrar que as opiniões, críticas e considerações, seja de nossa parte ao tema ora apresentado, e não na pessoa de seus autores, nos despe de simpatia ou antipatia que porventura demonstremos.

Por que faço esta ressalva? Pela simples razão de que Paulo Schiff presidiu o Conselho Deliberativo do clube em período passado recente, portanto, como ocorre comumente em situações onde há exposição ao julgamento público, certamente ele têm, além de adeptos e admiradores, críticos e adversários políticos.

Assim, recomendo que façam da leitura sobre os aspectos apresentados, que nos trás à memória um pouco daquilo que acontece nos bastidores do clube desde há muito tempo – para o bem e também nem tanto assim para o bem – uma reflexão à respeito daquilo que nós almejamos, e que, esperamos, seja posto em prática pelos gestores de hoje, para dar um basta à sequência de ocorrências que tanto prejuízo tem causado ao Santos FC. Quem sabe se, à partir disso, seus atuais administradores se comovam, colocando o clube no rumo de um ciclo virtuoso em seu destino presente e futuro.

PS. Minha sugestão:

Que tal abstermos, na medida do possível, de discutir a partida da seleção no dia de hoje e nos concentrarmos em assuntos relacionados ao nosso clube, em razão do atual momento turbulento que passamos?

Parabéns aos autores e boa leitura aos amigos e colegas.

Élcio Jorge (Crazy Fish).

 

Enxurrada de dinheiro na Vila Belmiro

Se andava murcho e cabisbaixo, o torcedor do Santos recebeu, nesta semana, uma injeção tripla de esperança, alento e entusiasmo. A situação depressiva que o clube enfrentava desde o início deste ano sofreu uma reviravolta de 180 graus.

O futebol, nessa guinada do Peixe, lembra um pouco a definição de política do mineiro, já falecido, Magalhães Pinto: “É como nuvem. Você olha, está de um jeito. Olha de novo, já muda”.

A mudança do astral da Vila Belmiro passa um pouquinho pela vitória, magrinha e sofrida, de quarta-feira, fora de casa, contra o Fluminense. O resultado afasta o pesadelo de enfrentar o período da Copa na zona do rebaixamento do Brasileiro. Mas passa muito mais pela enxurrada de dinheiro que vai abarrotar as contas bancárias do clube nas próximas semanas. Essa é a previsão, depois da negociação de Rodrygo com o Real Madrid, da venda desenhada dos direitos do zagueiro Lucas Veríssimo e da porcentagem do clube nos direitos de Felipe Anderson, em trânsito da Itália para o futebol inglês.

A soma dessas três negociações deve render entre R$ 200 e 300 milhões. De endividado e sem crédito, o clube se transforma, como num passe de mágica, em player, competitivo, no mercado da bola. A virada da sorte tem dois aspectos conflitantes tanto em relação ao mercado como na política interna do Santos.

De um lado, o clube volta a abrir as portas para buscar reforços que deem ao time a musculatura que faltou neste primeiro semestre, principalmente no setor de meio campo. De outro, abre espaço para negociações de contratações de atletas de potencial duvidoso. Isso porque quase sempre elas trazem embutidas gordurosas comissões para empresários sempre dispostos a repartir o bolo com dirigentes que tomam decisões. É preciso que o Comitê de Gestão esteja atento e forte e que o Conselho Deliberativo fiscalize de perto.

Na política interna, essa montanha de dinheiro vai reforçar a disputa pelo poder que teve, também nesta semana, a apresentação de um pedido de impeachment do presidente José Carlos Peres. Quem não quer surfar nessa onda de prosperidade?

A guinada mostra mais uma vez à comunidade do Santos, dirigentes, sócios e torcedores, que o caminho é mesmo o de investir nas divisões de base.

Rodrygo, que protagoniza uma das maiores transações do futebol brasileiro, chegou ao Santos em 2011, na gestão Luís Álvaro / Odílio Rodrigues, que adotou a política de que jogador da base tinha de ter pelo menos 70% dos direitos pertencentes ao clube. E que fechou negociações bem-sucedidas, como a de Felipe Anderson, que muitos anos depois ainda rendem dinheiro significativo para o Santos.

Está mais do que na hora de trazer de volta o supervisor Joãozinho, injusta e absurdamente demitido na gestão de Modesto Roma, e aproveitar o momento para reorganizar as divisões de base.

Paulo Schiff

Guilherme Schiff.