Prezados amigos,
Após a exuberante vitória do Peixe no último sábado, esperamos que o time permaneça na linha ascendente e que dispute pelo menos o G6, visando obter a vaga para a próxima edição da Libertadores. Isto posto, a vida segue e o turbilhão político continua em alta. Como o Blog Soul Santista prima por explorar os temas de todas as esferas do clube, vamos abordar neste post sobre o tão falado Comitê de Gestão.
Primeiramente, para que não conhece o tema, como a coisa funciona hoje à luz do estatuto vigente: o sócio elege diretamente o presidente e vice, mas o estatuto determina que outras 7 pessoas formem o Comitê de Gestão para administrar o Santos em um mandato de 3 anos.
Essas outras 7 pessoas do CG (que não figuram na eleição) são indicadas pelo presidente e são submetidas à aprovação pelo conselho deliberativo.
Na prática, o presidente faz campanha, dá a cara a tapa, é culpado ou leva os méritos sozinho, mas de fato quem manda (ou deveria mandar) é o colegiado, que o sócio menos atento nem conhece .
Vejamos os exemplos dos ex-presidentes Luis Álvaro e Odílio, os quais aparecem para a opinião pública como os “únicos ou principais” responsáveis por seus feitos. Temos a impressão de que quase ninguém consegue declinar os nomes dos outros membros do CG, nem mesmo se sabe quem votou a favor ou contra isto ou aquilo durante os mandatos destes.
Qual a percepção que temos aqui de fora: na cabeça do presidente, suas decisões têm mais peso pois foi ele quem batalhou por votos (foi ao debate na TV Santa Cecília) e venceu a eleição. Do outro lado, os membros do Comitê Gestor esperam que o estatuto seja seguido “ipsis litteris”.
Moral da história: o presidente se sente o “boi de piranha” enquanto os outros oito membros do CG, a “rainha da Inglaterra”
Conceitualmente, o modelo é salutar, moderno e visa a segurança, assim como nas grandes empresas do planeta. No SFC funciona? Não a contento, pois falta um regimento que discipline sua executabilidade. O modelo foi implantado na gestão Luís Alvaro, mas desde então não sofreu novas atualizações e fatalmente, numa cultura totalmente presidencialista, os presidentes acabam fazendo uso de lacunas para tomar decisões sem consultar e/ou obter o aval do colegiado.
Diante do exposto, existe uma proposta aguardando aprovação no Conselho Deliberativo do clube de um Regimento Interno para o CG, proposta bem atual, pois foi formulada em 2018, sendo um dos articuladores principais o conselheiro e ex-integrante do CG Andrés Rueda, com vasta experiência no assunto, uma vez que integrou o CG na gestão Modesto Roma e José C. Peres.
Conseguimos contato com ele que gentilmente nos autorizou a apresentar a vocês o escopo desta proposta, a qual transcrevemos abaixo nas palavras do próprio Andrés Rueda:
“Noto este grupo bem engajado no dia a dia político do clube. Também é notório as várias vertentes pró-impeachment e contra o impeachment. Gostaria de um minuto de reflexão e se possível uma ajuda no que vou expor.
Independentemente do resultado do impeachment, no que se refere a segurança de decisões equivocadas nada vai ser alterado.
Particularmente dia 10 estarei iniciando uma campanha para a aprovação urgente pelo CD do Regulamento Interno do CG.
Esse regulamento está na mesa do conselho já faz mais de 60 dias. Pedirei para circular uma lista a ser assinada pelos conselheiros, solicitando uma reunião extraordinária para discussão e aprovação do RI. Lembro que este Regulamento foi aprovado pelo próprio CG por unanimidade. Alguns pontos que constam do RI:
1. Pauta de Reunião;
2. Voto Aberto de cada membro do CG;
3. Áudio Gravado;
4. Ata da reunião registrada em Cartório;
5. Ata entregue ao CD no máximo em 5 dias;
6. O principal: Obrigatoriedade de que em todos os contratos do clube, conste uma cláusula pétrea que obrigue a anexar a ata do CG a que aprovou a transação, caso contrário o contrato não terá validade jurídica.
Com isso independente de quem for comandar a gestão, evitaremos decisões não colegiadas que no meu entendimento representam mais de 90% dos problemas do clube.
Se acharem que isto faz sentido peço a ajuda para que peçam para os seus amigos conselheiros a assinarem a lista.Valeu.”
***
Agradecemos a confiança do Andrés Rueda em permitir a publicação do comentário.
Finalizamos, ainda, sugerindo que a formação do CG, ou de pelo menos parte dele, fosse através de eleições diretas, a fim de evitar que todo colegiado fosse formado por indicações do presidente do clube, mas tal sugestão já seria uma alteração mais profunda e levaria mais tempo para maturação e aprovação, de momento, o regulamento interno já seria uma grande evolução.
E você, o que pensa sobre o assunto?
Colaboraram: Fabiano Reis e Ian Rocha.
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