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Hoje foi a apresentação de Paulo Bracks no Santos. Por razões profissionais, só pude assisti-la na íntegra ao final da tarde;

A contratação de um CEO é uma boa ideia. Bracks é um profissional experiente. Seu discurso foi o de praxe, objetivo e sem se comprometer, até porque terá um grande “guarda-chuva” debaixo de si. Indicou a criação de uma estrutura de análise de mercado, uma evidente urgência, e a possibilidade de mudanças na gestão do futebol, já que mencionou o uso da base, por exemplo. Algo que Gallo e Carille não querem.

Quais os obstáculos?

  1. Ambiente altamente contaminado pela política no dia a dia.
  2. Presença cotidiana do filho do presidente, algo incompatível com a bandeira do profissionalismo que ele afirmou que portará. Marcelinho sairá? Se sim, quem assumirá a bronca de afastá-lo? Por outro lado, se ele ficar, que papel exercerá? Pelo estatuto não poderia ou deveria. E pelo bom andamento das atividades também não.
  3. Resistências internas de funcionários e principalmente diretores estatutários que perderão poder para responder a ele, mas são conselheiros eleitos que carregam seus compromissos políticos. Não tem como funcionar.
  4. Dificuldades financeiras amplificadas pela má gestão.
    Todos esses problemas ficaram evidentes na folclórica introdução a cargo de Luiz Roberto Colombo e na incompreensível ausência de Marcelo Teixeira. Ele tinha de abrir a coletiva explicando a contratação e o novo organograma, pouco importando se sofrerá alterações ou não em breve. Esse seria o papel do presidente. E poderia evitar perguntas se assim quisesse, direcionando-as todas a Bracks.

Resumindo: a ideia é boa, a necessidade de profissionalização do clube é mais do que clara, no entanto o contexto não ajuda. De todo modo, seria ótimo que Bracks seja bem-sucedido, pois o sucesso dele será fundamental para mudar o rumo da gestão do Santos. E para melhor. Há, todavia, muitas dificuldades à frente.

by Henrique Farinha

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Se houve um mérito em Carille ontem foi ser corajoso e admitir na coletiva que não haverá variações porque é assim que ele joga. Agora restará ver o preço que o Santos pagará por isso. Carille ganhou títulos dessa forma, mas apenas em um clube. E o último foi há cinco anos.

Não é coincidência. 2019 virou a chave do futebol brasileiro de clubes com Sampaoli e Jorge Jesus. Exatamente por isso, dez dos vinte clubes da Série A têm treinadores estrangeiros. De lá para cá, não à toa se vê “figurinhas carimbadas” fora das cogitações para as melhores vagas. Alguns poucos treinadores brasileiros aprenderam que precisam criar variações táticas e montar suas equipes de acordo com o adversário. Sem bons cursos de formação aqui, já que a CBF Academy é uma piada de mau gosto, é mais difícil evoluírem. Para contextualizar devidamente o problema, não há equivalência entre os certificados daqui e os da UEFA, que no entanto existe com os da ATFA (Associação de Técnicos de Futebol Argentino). Por que será, não é mesmo? Esse é um dos motivos de vermos tantos argentinos e tão raros brasileiros na Europa.

Carille evidentemente não quer estar entre os profissionais atualizados. Afirmou que só troca as características dos jogadores. Ou seja, busca o tradicional “encaixe” de forma “natural” pela repetição infinita de treinos e escalações. Esqueceu também de dizer que essa metodologia inclui sacar Chermont sem motivo em todos os jogos. Se fosse um veterano cascudo e líder do elenco, ele jamais tomaria tal atitude.

Aos 50 anos, ele ainda é jovem para um treinador. Pode reavaliar a situação, reconsiderar e entender que precisa mudar, pois evoluir é uma exigência em qualquer atividade humana. Pelo visto, não será agora e nem no Santos. Embora nem de longe esse seja o desejo, a teimosia poderá lhe custar caro e ao projeto do clube voltar à Série A em 2025. A conferir.

by Henrique Farinha

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Como a foto abaixo foi publicada em matéria de Yago Rudá no GE, virando automaticamente notícia, tomo a liberdade de republicá-la e comentá-la, uma vez que não costumo visitar e comentar perfis pessoais.


Em nota ao próprio GE, Marcelo Teixeira Filho disse que foi ele quem bancou a contratação da van. Mesmo assim, que imagem transmitiu? Alegou, no entanto, que “no trajeto de Catanduva para Novo Horizonte foi no ônibus da delegação como de costume”. Mas quando torcedores enfurecidos fizeram um bloqueio – irresponsável e ilegal, diga-se – na altura de Araraquara ele não estava lá. E não havia chefia claramente designada. Funcionários tiveram de lidar com a situação.

Se o presidente Marcelo Teixeira foi trainee quando seu pai ocupava o cargo, já era então inadmissível. Se na época não aparecia tanto, sendo somente alvo de comentários, hoje não passa em branco com as redes sociais. E ainda bem. Não está em discussão a capacidade de seu filho, e sim que ele não possui qualquer função estatutária, tampouco pode tê-la, não deveria estar em ambientes restritos a atletas, comissão técnica e/ou funcionários e nem se envolver em decisões de gestão. E muito menos participar de episódios como esse.

Os maus resultados aumentam as críticas ou os problemas? O peso sim, contudo as causas sempre estiveram ali. E virem à tona não é ruim, muito pelo contrário. O Santos não é uma capitania hereditária e precisa ser tratado como merece em um futebol cada vez mais competitivo. Com profissionalismo e de forma técnica. É a única maneira do clube sair do atoleiro em que se meteu.

OBS.:
Reproduzimos na íntegra a nota da assessoria de Marcelo Teixeira Filho ao GE.

“Através da assessoria, Marcelo Teixeira Filho afirma que é Conselheiro Eleito em seu terceiro mandato do clube e desde o início desta gestão, como em outras oportunidades, vem colaborando ao seu pai, com os mais diversos assuntos relacionados ao Santos Futebol Clube. Que a matéria não condiz com a verdade dos fatos. Após acompanhar juntamente com o Presidente, seu pai, o jogo em Londrina, eles retornaram juntos para Sao Paulo, para cumprir agenda particular durante a semana. Na madrugada de sexta-feira, após cumprir todos os seus afazeres pessoais e profissionais, alugou, com recursos próprios, o transporte para Catanduva, onde o elenco estava hospedado para a partida contra o Novorizontino. Cumpre destacar, que no trajeto de Catanduva para Novo Horizonte, Marcelo Teixeira Filho foi no ônibus da delegação, como de costume. Também deixa claro que o amigo citado na matéria não tem cargo no Clube”.

by Henrique Farinha

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Para quem não acompanhou: Neymar andou fazendo juras ao Santos, foi ver jogo na Vila, falava em rede social do Santos.

Mas eis que novamente “vestiu” a camisa do time do Leblon/RJ e fez juras de amor ao seu “segundo time”. Reportagens aqui do balneário onde resido já cravam que há conversas para ele jogar no time dos Marinhos em 25 ou 26.

Não sejamos hipócritas: incomoda o nosso jogador de maior destaque recente falar de outro time, o que se soma aos casos recentes de Diego, Ganso, Felipe Anderson, entre outros. São razões diversas, mas a mim pelo menos me incomoda especialmente a “postura Neymar”.

Ah, mas o Neymar é profissional…Claro que ninguém pode exigir que ele volte ao Santos! Como exigir isso em um time com pouca perspectiva, sem um projeto razoável, sem um estádio grande, sem chances razoáveis de ser protagonista. Porém, a atitude de falar de um segundo time seria totalmente desnecessária se de fato o Santos fosse “O time” dele, o do coração, como ele gosta de falar. Poderia pousar, ir no Maracanã, tirar foto e jogar no outro time, ficando quieto. Porém, faz questão de falar. Essa atitude é totalmente necessária para o torcedor santista perceber que quem gosta do Santos é sua torcida ! O Santos não pode viver de migalhas, do acaso, de um sucesso do passado que sempre se repetiria como mágica.

Eu acho que o Neymar e seu staff/família perceberam que o buraco do Santos está mais embaixo ou mesmo negociaram/perceberam que não serão donos da SAF Santos, não mandarão no Santos e mudaram o rumo. Algo pode ter acontecido para essa mudança de postura. Neymar é também uma pessoa de decisões confusas ou ruins. De qualquer sorte, espero que com isso o Santos perceba que não cabe ficar esperando o Dom Sebastião Neymar ou o acaso para o time ser competitivo novamente.

No fundo, se ele voltasse e se bobear trouxesse jogadores e grana momentânea com ele, poderia acontecer o de sempre: se ganha uma ou duas temporadas, o clube continua uma zona e depois, com o futebol cada vez mais competitivo e profissionalizado, iríamos amargar problemas contínuos. Claro que iria ficar feliz, quero ser campeão! Mas será que depois do Neymar haveria outro jogador ou o acaso novamente? E se não houver, vamos morrer dado o crescimento da profissionalização dos concorrentes?
Precisamos, enquanto ainda é tempo, virar definitivamente a nossa página. Ainda temos a marca Santos e tudo que ainda a cerca, que se começa a apagar.

Precisamos de um time que aproveita sua marca Meninos da Vila, a magia do futebol, para trazer os melhores jogadores ainda jovens ou bem jovens.

Precisamos os treinar a jogar futebol com a marca do Santos, aliado a conceitos modernos. Ainda temos a marca que atrai jovens jogadores e a possibilidade de jogar cedo no time principal. Precisamos desde cedo olhar a América e a África.

Precisamos tornar a base mais profissional (eu entendo que o Scandiuzzi da gestão passada, sim da gestão passada, estava tentando fazer isso mas aparentemente isso foi alterado). O que está sendo feito na base? Não vi ainda qualquer fala nesse sentido.

Precisamos usar a cidade de Santos que é um lugar muito agradável de viver, perto dos grandes centros mas ao mesmo tempo não sendo uma metrópole, para trazer bons profissionais para o futebol independente de ser amigo de A ou B da cidade. A cidade de Santos pode ser um ativo sim! Precisamos fazer um depto de futebol decente, em que a contratação não se dê somente por indicação de empresário e posterior suposta validação formal.

Precisamos de menos amigos do rei e de mais gente com histórico efetivo no futebol.

Precisamos que se resolvam os CTs do profissional e da base, em um momento em que aparentemente haveria bom entendimento da direção do Santos com os poderes municipais, estaduais e federais da região da baixada santista, bem como das elites da baixada e mesmo da grande SP.

Precisamos da nova Vila o mais rápido possível, com as melhores condições possíveis, que não serão perfeitas!. Mas ficar como está não parece ser uma opção!

Dia desses estava vendo o Léo e outros (esse com Elano seriam meus ídolos, embora não entenda bem o papel dele na atual gestão) falar no documentário “2002- Uma história Marcante”. Que não havia tática nenhuma e que o acaso fez aquele super time que nos faz chorar até hoje. Que a água seria diferente per si, sem ajuda de ninguém. Precisamos entender que esse tempo talvez tenha acabado.

Precisamos nós mesmos, torcedores do Santos, gostarmos de nós e exigirmos que o Santos use sua ainda capacidade de atração de jovens talentos para, combinado com uma profissionalização do depto de futebol e da presença no Santos de bons profissionais, gritar novamente é campeão. A história do Neymar já está escrita. Seria bom que ele entendesse o tamanho e tivesse uma genuína gratidão e cuidado com os torcedores. Mas não tem. Se voltar, enquanto jogar no time, será incentivado, que fique claro. Mas se bobear até prefiro que não volte se vier no esquema férias e paremos de ter muletas.
Precisamos escrever novas histórias e uma nova forma de tocar o clube. O que funcionou lá atrás não necessariamente funcionará na íntegra novamente.

O tempo está acabando. Quem ama o Santos somos nós santistas, vamos (educadamente e de forma civilizada) cobrar nossa mudança!

by Ramom Rotta

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O SantosFC sofreu a 5a derrota, 4a seguida no BrasileirãoB, e com as Sereias da Vila virtualmente rebaixadas no BRFeminino. Poderemos ver em breve os dois times profissionais de futebol na 2a divisão. “Parabéns” aos envolvidos…

Em 2023, um grupo de conselheiros pediu impeachment de Andrés Rueda por macular a imagem do clube, apoiados por alguns produtores de conteúdo. Este ano, esses mesmos produtores de conteúdo estão quietos, inclusive quanto à nomeação oficiosa de Modesto Roma para o comando do feminino, e nem se cogita algo similar no Conselho Deliberativo.

Não concordei na ocasião com essa ideia absolutamente ilegal e posição seria a mesma agora. Respeito à democracia pressupõe a manutenção da legalidade. Menciono o fato só para mostrar o tamanho da hipocrisia da política do clube e o atoleiro em que afundou, assim como a incompetência vista a cada triênio. E isso independe de nomes.

Enquanto os políticos que vivem DO Santos FC, e não PARA ele, não perceberem que o clube piorará cada vez mais se a mentalidade tacanha, provinciana e atrasada continuar a prevalecer, a tendência será de distanciamento progressivo do nível competitivo dos tradicionais rivais. Correndo-se o risco de se tornar um processo ainda mais doloroso e irreversível, no qual comemoração de vice-campeonato será sinal de orgulho para sempre.

By Henrique Farinha

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Na coletiva de Gallo ficou claro para quem tinha dúvidas: o Santos não tem scout. A prospecção é em função de ofertas de empresários ou de indicações internas.

A verdade também é que, quando havia, ele quase não era ouvido. É comum desvalorizarem o trabalho dele, dizendo que contrataram um “tuiteiro”, um “estagiário”. Apontam contratações equivocadas como se fossem dele. Esquecem-se, porém, de que Joaquim e Furch foram sugestões dele. Cristaldo também. Cuja contratação deu para trás. Não me parece que o Grêmio esteja arrependido.

Na visão jurássica dos políticos do clube, não apenas da atual gestão, e de seus colaboradores, scout é um empecilho e muitos colaboram nisso ao desvalorizá-lo publicamente. Viram massa de manobra desses políticos sem perceberem. Ao invés de reforçar o setor e trazer gente para estruturar a área de inteligência de mercado, demitiram a única pessoa que lá estava. Preferem usar analistas de desempenho, que têm outro papel, para esporadicamente avaliarem alguma ideia “brilhante” como Patrick. Querem abraçar tudo para levarem os louros caso dê certo e dizerem: “Estão vendo? Fui eu quem contratou!” Willian Maranhão, Auro, Cazares, Patrick e outros vieram exatamente nesse contexto, no qual voluntarismo, centralização e populismo prevalecem sobre a gestão técnica.

Só que futebol hoje em dia funciona de outra forma e analistas de desempenho desconhecem o mercado, com trabalho voltado para dentro, para as necessidades do elenco e da comissão técnica. Quebram o galho somente por demanda específica dos dirigentes. Ou seja, não há um trabalho de prospecção contínua e sintonizada com as necessidades levantadas. Dependemos das tais “oportunidades de mercado” como se ainda estivéssemos nos anos 1990 ou 2000.

Por outro lado, a concorrência se equipou e dispõe de muito mais recursos técnicos e financeiros do que há alguns anos, valendo-se de monitoramento constante. Enquanto o Santos se mantiver na atual toada ficará sempre para trás na disputa pelos atletas mais interessantes e a margem de erro será altíssima.

By Henrique Farinha

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Segundo Vagner Frederico, o Santos, por intermédio de Gallo, teria oferecido Miguelito ao Remo, que disputa a Série C. Além disso, Sebástian Villa, ex-Boca Juniors e atualmente no obscuro Botev Vratsa da Bulgária, foi oferecido e estaria em avaliação. Outro agressor de mulheres. Reincidente. E condenado. Parece que virou padrão.

Essas informações reforçam os problemas vistos na gestão do futebol:

  • Desconhecimento da base. Há casos exemplares como os de Chermont (contrataram 3 laterais-direitos e ele é o titular), Rodrigo Cezar (oferecido por alguns tostões ao Grêmio e que já marcou 6G em 12J no Sub-20 em 2024 com apenas 17 anos), Zabala (que, segundo Gallo, retornaria ao Sub-20, apesar de ter 22 anos) e agora Miguelito, que serve para disputar a Copa América, mas não para o clube, que acredita serem Cazares e Serginho melhores. Kevin Malthus entre os afastados, porém Balieiro e Nonato estarem no elenco, é um absurdo.
  • Ausência de scouts. Que teriam de cuidar da análise de mercado e indicação de opções. Analistas de desempenho avaliam os atletas, os jogos e comparam com outros times, apontando necessidades. É um trabalho voltado para dentro, enquanto scouts olham para fora.
  • Por isso, há dependência de sugestões de empresários, treinador, diretor etc. Há alguns dias, houve reunião da qual participaram Marcelo Teixeira, Marcelinho, Gallo, Carille, Marcelo Fernandes e integrantes do CG para falarem de mercado e alternativas. A pergunta que não quer calar: esse povo todo entende de mercado? É preciso 259 pessoas para discutirem o assunto? É verdade esse “bilete”?

    Ou seja, o Santos continua sem entender o que é o futebol profissional hoje em dia. É uma questão de mentalidade, e não de nomes. Prevalecem os mesmos hábitos e erros de décadas.

By Henrique Farinha

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Não há qualquer explicação ou desculpa aceitável para a derrota do Santos contra o Botafogo. Jogo fora da Vila, gramado, calor e outras baboseiras. É mera conversa fiada. Um time com folha de R$ 11M, mais do triplo do líder Goiás, tem a obrigação de se impor.

Faltam evidentemente variações táticas e leitura de jogo de Carille, além de entendimento de que não dá para se apegar a “bruxinhos” que indicou ou avalizou. O time é descomprometido na marcação, rígido, lento e sem criatividade. Não há aproximações e alternativas coletivas para fugir da mesmice. Praticamente todas as jogadas ofensivas saíram no abafa, assim como o gol.

É cansativo analisar um time que comete sempre os mesmo os erros. E cujo treinador insiste em não perceber que aquilo que lhe deu um título nacional em 2017 não serve mais. De lá para cá, a vinda de treinadores estrangeiros mudou o futebol brasileiro, que se desenvolveu taticamente. A grande maioria estuda os adversários, amoldando-se a eles, e se utiliza de diferentes formações, dependendo da situação do jogo. Não dá mais para “fechar a casinha” e deixar a construção a cargo das individualidades à moda Felipão que inspirou tantos nas últimas três décadas. E, quando está perdendo, 4-2-4, 2-3-5 e outras formações suicidas que desmontam o meio-campo, empilham atacantes e/ou até incluem um zagueiro de dublê de centroavante, para mostrar que “tentou tudo”.

Que venham mudanças. De modelo de jogo, atitude e jogadores. Marcação em bloco médio – não dá para exercê-la em bloco alto com esse elenco, compactação das linhas, 4-1-4-1, 4-3-1-2, 4-4-2 ou 4-3-3 com jogadores que possam oferecer compromisso, associações e velocidade. Se os veteranos não o fazem, momentaneamente ou definitivamente, é hora de testar jovens. Não dá para se apegar a Nonato, Cazares, Patrick, Serginho, que nada oferecem ou acrescentam. Otero está mal, Rincón também, Giuliano ontem caminhou pelo campo, Bigode nem se fala.

Hora de incorporar e mesclar jovens ao rodízio do elenco, tanto no banco quanto começando como titulares. Hyan, Kevin Malthus – inexplicavelmente no grupo de afastados; é muito superior a Nonato, e Bontempo são exemplos de novas caras que valem a tentativa e a ousadia. Não é de hoje que reitero essa necessidade. Eles podem trazer novas valências ao elenco.

O que dá para ver é que, nessa toada, o Santos põe desnecessariamente o acesso em risco. Dá para fazer muito mais e muito melhor, sem ilusões de se assistir a um esquadrão. Só não dá mais para aturar a pasmaceira.

By Henrique Farinha

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Capacidade, média de público e ociosidade em 2024 dos principais estádios e arenas do Brasil:

  • Allianz Parque: 43.713 lugares, média de 36.374 e ociosidade de 16,8%.
  • Arena da Baixada: 42.372, 25.384 e 40,1%.
  • Arena Grêmio: 55.396, 24.950 e 55,0%.
  • Arena MRV: 45.000, 34.286 e 23,8%.
  • Beira-Rio: 50.842, 27.752 e 45,4%.
  • MorumBis: 66.795, 46.186 e 30,9%.
  • Neo Química: 49.205, 41.259 e 16,2%.

Quando vemos isso, fica claro que Allianz Parque e Neo Química Arena, mesmo com ociosidades altas considerando as melhores médias internacionais, são os estádios/arenas melhor dimensionados ou aproveitados. E aí está o x da questão.

Não adianta haver muitos lugares disponíveis se boa parte deles estiver desocupada. O custo de manutenção pesa proporcionalmente mais nessa situação. O Santos FC deve se inspirar nos bons exemplos de outros mercados para reduzir a ociosidade ao mínimo na Nova Vila. Na premier league 2023-24, falando de clubes da metade de baixo da tabela, e não dos principais, o Everton, por exemplo, teve ociosidade de 1,3% em Goodison Park. O rebaixado Burnley 3,8% em Turf Moor. Na Bundesliga, o campeão Bayer obteve 0,8% na BayArena. É o normal, independentemente de posição na tabela.

O que é essencial para isso? Saber balancear bem os preços dos ingressos, conhecendo o perfil de associados e torcedores, com espaço para ao menos 20% a preços populares. Trabalhar bem o marketing, com venda antecipada. O Palmeiras comercializa o Passaporte Allianz, equivalente às cativas, em planos anuais embutindo os valores dos ingressos para todo o ano, além de experiências atrativas para o “match-day”. Atuar em parceria com as autoridades locais para resolver questões de mobilidade urbana, facilitando o acesso. Oferecer conforto e serviços de qualidade dentro do estádio. E outra medida fundamental: reduzir a cota de convites a, no máximo, 10% da carga, restringindo-a aos patrocinadores, o que é tradicional na indústria de eventos. Percentuais de 40%, como vimos na 1a partida da final do Paulistã 2024 na Vila, ou cerca de 30% na semifinal na Neo Química, são inviáveis..

Os sócios, especialmente os que gastam mais e/ou mais assíduos, e a torcida pagante têm de ser privilegiados, jamais os convidados sob critérios nada transparentes que impactam negativamente na arrecadação e no lucro. E, como se não bastasse, muitos com benefícios que geram custos desnecessários e frequentemente excessivos.

Tudo isso, sabe-se bem, exige gestão profissional. Que o Santos FC, com a Nova Vila operada pela WTorre, prepare-se para isso.

By Henrique Farinha

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Quem me acompanha sabe quantas vezes reiterei: o único projeto viável de novo estádio para o Santos FC era na Vila.

Surgiram os boatos de que poderia ser no Saboó ou no Valongo e listei os empecilhos. Muita gente se irritou, trouxe informações de outras fontes, e tudo bem. Mas o fato é que Marcelo Teixeira confirmou ontem, 27/05/24, no BandSports o projeto com a WTorre na Vila.

É apenas a vitória da lógica e da realidade de mercado sobre o populismo, o voluntarismo e as armadilhas do ego. O Santos, que não dispõe de recursos, pode fazer um estádio para 30 mil lugares sem comprometimento de caixa em um terreno que é seu. No Saboó e no Valongo isso não seria possível.
Ahhh, mas precisamos ter um estádio para 1 milhão de pessoas! Ahhh, para 30 mil pessoas é um retrocesso!… Ahhh, precisa ser em São Paulo, senão não serve! Isso não passa de egotrip. Retrocesso é se amarrar a um com no máximo metade dessa capacidade. E o mais importante não é construir o maior estádio da galáxia, e sim um moderno com o menor investimento e a mais baixa ociosidade possíveis para ser rentável. Não adianta manter um estádio para 60 mil pessoas, por exemplo, e verificar 34% de ociosidade como a do MorumBis no Brasileiro de 2023. O custo de manutenção “engole” boa parte do lucro.

Por fim, construir em São Paulo, além da quebra do vínculo histórico com a cidade que lhe empresta o nome e na qual está a origem do clube, exigiria interesse, investidor e recursos. Que simplesmente inexistem. Em todos esses anos, não surgiu uma viva alma sequer apresentando outra proposta e a tão necessária grana na mesa.

A Nova Vila será uma conquista e tanto. Chega de debates estéreis. Precisamos nos unir em torno dela, que representará um salto qualitativo enorme em termos patrimoniais e de potencial de geração de receitas.

By Henrique Farinha

E você o que pensa de tudo isso?

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