A falta de minutagem à base na Série B deixa o Santos em sinuca de bico para 2025.
E por quê? Porque o tempo desperdiçado impediu de prepará-los para um desafio bem mais difícil que é a Série A. A pressão será grande e provavelmente recorrerão a atletas mais experientes porque vários jovens sentirão o peso da responsabilidade, o que é absolutamente normal. Se tivessem mais minutos em campo este ano já se saberia com quem contar e todos estariam mais preparados.
A gestão de futebol e o treinador Fábio Carille jogaram contra o processo de transição e as necessidades do clube de obtenção de retorno esportivo e financeiro. Ontem se viu mais uma etapa. Uma partida sem qualquer interesse e Leandro Zago, que sacou Miguelito e Souza inexplicavelmente e pôs Luca Meirelles aos 46 do 2o tempo, “morreu” com uma alteração por fazer. E não testou Hyan, Guilherme Lima ou Samuel que estavam no banco. Para que levar Alison e Patrick, que sabidamente não entrariam? Foram todos a passeio ao Recife? E o que justifica a entrada de Hayner e Laquintana? Pô-los na vitrine para mostrarem que foram “úteis” até o último jogo?
O que Carille disse sobre ter 1/3 do elenco com jogadores oriundos da base é para enganar incautos. É preciso ir além disso, uma vez que treinadores costumam usar prioritariamente 18/19 atletas durante a temporada. Quais dos jovens integrarão obrigatoriamente esse grupo? Quais estarão dentre aqueles com menor aproveitamento? O treinador está de acordo? Aliás, quando contratarão um?
Não será surpresa se atletas da base pedirem para sair nas últimas semanas de 2024 e também nos próximos meses em busca de oportunidades. Não se pode culpá-los, e sim aos dirigentes que avalizaram a atuação da comissão técnica e apoiaram decisões no mínimo polêmicas. Sem contar as dificuldades nas renovações de Souza, Hyan, Rodrigo Cezar e outros.
Não adianta atirar a responsabilidade nos estafes ou chorar o desperdício de talentos como Claudinho, Caio Henrique, Yuri Alberto, Kaio Jorge. Que, craques ou não, são valorizados no mercado e dos quais o Santos obteve apenas os percentuais de formação que lhe cabem. Não se pode desprezar revelações, pouco importa se são ou não “raios”, pois sempre que é necessário o retorno financeiro que salva o caixa aparece. Vide Ângelo, Deivid Washington, Kaiky, Marcos Leonardo e agora provavelmente Jair. Se historicamente houvesse melhores dirigentes, esse retorno seria bem maior com a extensão da permanência Kaiky, Ângelo ou Deivid Washington, por exemplo, amadurecendo um pouco mais por aqui. Eles possivelmente renderiam valores superiores às combalidas finanças.
A gestão tem de repensar urgentemente a forma de conduzir a transição. Chega de entregar o processo a quem simplesmente não entende como a coisa funciona e nem o que é preciso, além de defender interesses desalinhados aos do clube.
E você o que pensa de tudo isso?
by Henrique Farinha
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