O Santos insiste em versão oficial de que já obteve os R$ 85,0M, que Neymar se paga etc. e tal. Rodolfo Gomes e Pedro Lopes, porém, mostraram no UOL que isso não procede. A receita gerada foi de R$ 66,0M e ele teria direito a 75%, ou seja, R$ 49,5M. Faltariam, portanto, R$ 39,5M, e a única perspectiva de arrecadação antes do fim do contrato é a de um documentário da Netflix. Que geraria cerca de R$ 10,0M, com R$ 7,5M para Neymar. Ainda faltariam R$ 32,0M a serem pagos até 30/07. Fora os cerca de R$ 13,6M entre salários CLT (maio e junho) e respectivos encargos.
Mas o clube faz ainda pior: ao mesmo tempo em que afirma ter gerado as receitas previstas quer fazer um carnê da dívida e diz que o repasse “não é automático”, sendo que “o dinheiro é usado para outros fins”. Ou seja, os recebimentos teriam ocorrido e Neymar ficado a ver navios… Como classificar tal atitude?
Resumindo: essa narrativa não faz nenhum sentido. É uma tentativa de mostrar que Neymar “se paga” e de utilizar a crise financeira como “justificativa” para destinar o dinheiro a finalidades distintas. Tudo o que apurei, no entanto, confirma as informações de Rodolfo Gomes e Pedro Lopes. E não, ele não se paga.
Agora, ele deveria ou não renovar? Essa é outra análise. Tecnicamente, mesmo muito abaixo do que já foi, atuando esporadicamente, e à parte a besteira cometida no domingo, o impacto dele é claramente positivo quando está em campo. Viu-se no último jogo que sim, ele pode contribuir, todavia os valores a pagar devem ser outros. O Santos não consegue bancá-los e Neymar não deu o retorno esperado. São pura e simplesmente fatos.
As duas partes admitirão a realidade e farão um contrato mais razoável em prol do clube e dos objetivos de, primeiramente, permanecer na Série A, e depois tentar vaga em competição continental, mais especificamente a Sul-Americana? Até porque pensar hoje em Libertadores não faz nenhum sentido. Seria um absoluto devaneio.
A conferir.
Por Henrique Farinha