Chega de pasmaceira! É hora de mudanças no time

Não há qualquer explicação ou desculpa aceitável para a derrota do Santos contra o Botafogo. Jogo fora da Vila, gramado, calor e outras baboseiras. É mera conversa fiada. Um time com folha de R$ 11M, mais do triplo do líder Goiás, tem a obrigação de se impor.

Faltam evidentemente variações táticas e leitura de jogo de Carille, além de entendimento de que não dá para se apegar a “bruxinhos” que indicou ou avalizou. O time é descomprometido na marcação, rígido, lento e sem criatividade. Não há aproximações e alternativas coletivas para fugir da mesmice. Praticamente todas as jogadas ofensivas saíram no abafa, assim como o gol.

É cansativo analisar um time que comete sempre os mesmo os erros. E cujo treinador insiste em não perceber que aquilo que lhe deu um título nacional em 2017 não serve mais. De lá para cá, a vinda de treinadores estrangeiros mudou o futebol brasileiro, que se desenvolveu taticamente. A grande maioria estuda os adversários, amoldando-se a eles, e se utiliza de diferentes formações, dependendo da situação do jogo. Não dá mais para “fechar a casinha” e deixar a construção a cargo das individualidades à moda Felipão que inspirou tantos nas últimas três décadas. E, quando está perdendo, 4-2-4, 2-3-5 e outras formações suicidas que desmontam o meio-campo, empilham atacantes e/ou até incluem um zagueiro de dublê de centroavante, para mostrar que “tentou tudo”.

Que venham mudanças. De modelo de jogo, atitude e jogadores. Marcação em bloco médio – não dá para exercê-la em bloco alto com esse elenco, compactação das linhas, 4-1-4-1, 4-3-1-2, 4-4-2 ou 4-3-3 com jogadores que possam oferecer compromisso, associações e velocidade. Se os veteranos não o fazem, momentaneamente ou definitivamente, é hora de testar jovens. Não dá para se apegar a Nonato, Cazares, Patrick, Serginho, que nada oferecem ou acrescentam. Otero está mal, Rincón também, Giuliano ontem caminhou pelo campo, Bigode nem se fala.

Hora de incorporar e mesclar jovens ao rodízio do elenco, tanto no banco quanto começando como titulares. Hyan, Kevin Malthus – inexplicavelmente no grupo de afastados; é muito superior a Nonato, e Bontempo são exemplos de novas caras que valem a tentativa e a ousadia. Não é de hoje que reitero essa necessidade. Eles podem trazer novas valências ao elenco.

O que dá para ver é que, nessa toada, o Santos põe desnecessariamente o acesso em risco. Dá para fazer muito mais e muito melhor, sem ilusões de se assistir a um esquadrão. Só não dá mais para aturar a pasmaceira.

By Henrique Farinha

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